A polícia de Paris proibiu a realização de manifestações em dois dos focos dos protestos contra a reforma das pensões aprovada pelo governo francês, pressionado por Macron.
Nas últimas duas noites, os franceses saíram às ruas para protestar contra o facto de o governo ter recorrido a uma lei que força a aprovação do aumento da reforma dos 62 para os 64 anos. Mais de 300 pessoas foram detidas em todo o país - a maioria (258) na Praça da Concórdia, em Paris, do lado oposto ao parlamento francês.
"Devido a sérios riscos de perturbações para a ordem e segurança pública, é proibida qualquer concentração na Praça da Concórdia e nas áreas adjacentes, bem como na Avenida Champs-Elysées", refere-se num comunicado citado pela AFP, no qual a polícia adverte que "quaisquer tentativas de concentrações serão sistematicamente evitadas pela polícia".
O aviso não impediu os manifestantes de saírem às ruas e procurarem outros locais da cidade para dar continuidade aos protestos que têm marcado a vida política da França nas últimas semanas. Na manhã deste sábado, cerca de 300 pessoas concentraram-se na cidade oriental de Besancon. Entre elas, uma jovem mulher que chamou a atenção do repórter da AFP ao atear fogo ao seu título de eleitor.
"Eu elegi o meu membro do parlamento, mas ele foi privado de exercer o seu direito a votar. Estamos a viver uma negação da democracia", lamentou Nathalie.
Já no início da tarde, os críticos do aumento da idade de reforma concentraram-se na zona comercial de Les Halles, no centro de Paris, e há outras manifestações em curso um pouco por todo o país - e os sindicatos prometem voltar a sair às ruas esta semana.