Oferta de lares duplicou em 20 anos, mas não chega para a procura. PRR prevê “nova geração” de respostas sociais
O número de lares e outras respostas sociais para idosos aumentou 53% desde o início do século, mostra a última edição da “Carta Social”: em 2000 existiam menos de 1500 lares em todo o território nacional; hoje são mais de 2600 (a que se juntam os ilegais). Ainda assim, o aumento da oferta não chega para contrariar o ritmo de envelhecimento da população: Portugal é o terceiro país mais “velho” da Europa, só ultrapassado por Itália e pela Alemanha, e o país europeu que envelhece mais rapidamente. Por cada 100 jovens portugueses, há 182 idosos.
À medida que a esperança média de vida aumenta, emerge a necessidade de ter uma “política para a velhice”, que os especialistas ouvidos pelo Expresso consideram teimar em faltar. “Isto é uma questão que caminha rapidamente para o desastre”, acredita Alexandra Lopes, investigadora na Universidade do Porto com especialização nas questões do envelhecimento. Com o passar do tempo, parece ficar clara a ideia de que, se queremos assegurar um lugar para cada idoso num lar, teremos de reformular a Segurança Social e pagar mais impostos. “O caso alemão é um exemplo. A determinada altura, avançou com uma contribuição para financiar este sector.” Mas a socióloga alerta que “há um leque completo de alternativas e o lar é apenas uma delas, que para uma larguíssima parte da população institucionalizada nem foi resultado de uma escolha”. A alternativa pode ser desenvolver o serviço domiciliário, seguindo o exemplo dos países do norte da Europa, como forma de “ir ao encontro da vontade da maioria das pessoas que querem manter-se em suas casas e, no limite, morrer em suas casas”. A presidente da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRE), Rosário Gama, considera essencial abandonar-se a ideia de espaços “onde toda a gente está a olhar para a parede à espera de morrer”. O cohousing, uma alternativa de pequenas “aldeias” com habitações individuais e espaços comuns como refeitório, lavandaria e gabinete de enfermagem, é uma alternativa a dar os primeiros passos lá fora e que Rosário considera premente ser cá experimentada.
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